terça-feira, 20 de outubro de 2015

Diário de uma Pedra Lapidada: As coisas e os lugares humildes.

Nasci no Rio porém cresci em um estado onde não havia muita perspectiva de vida e de crescimento, a cultura era a do crescimeno por meio da Educação, que na minha infância só era de qualidade nas  escolas particulares e raramente em algumas escolas da prefeitura. Na  minha infância o Piauí era o Estado mais pobre da Federação. Sou do tempo em que o Piaúi nem aparecia no mapa em algumas divulgações e na previsão do tempo de alguns jornais, o que causava revolta nos piauienses. Hoje porém a realidade é outra, pois o Estado subiu algumas posições em relação a outros estados brasileiros e já apresenta um índice de desenvolvimento bem melhor.

Vejo que a minha vida tem tudo haver com os propósitos e escolhas de Deus, Ele escolheu o Estado mais pobre da federação para que eu pudesse crescer, justamente o estado que nem aparecia no mapa.  Deus tem escolhas humildes para vida dos seus eleitos, foi assim com Jesus: 

"E tu Belém Efrata,  de maneira nenhuma é  a menor das cidades pois de ti sairá o meu guia que apascentará o meu povo, Israel." Matheus 2.6 

Belém, a menor das cidades também era a cidade do Rei Davi:
"José também subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, a cidade de Davi,chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi." Lucas 2.4

Jesus nasceu em uma manjedoura e não em um palácio, mesmo sendo rei, e isso porque Deus queria dar exemplo de humildade no nascimento do seu filho. 
Crescer em uma casa humilde feita de barro e em um estado pobre foi a escolha certa de Deus para que depois pudesse glorificar o seu nome na minha vida.

Veja que Deus escolhe as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar os fortes; e escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.  Esta é a vocação dos santos.

Dificilmente alguém que sabe de sua origem humilde e que foi levantado(a) por Deus deixará de dar a glória devida a Ele. 
Deus continua o mesmo de sempre, nas suas escolhas não dá preferência aos de nobre nascimento, nem a poderosos, nem a sábios segundo a carne  mas escolhe segundo critérios contrários aos existentes no mundo.
E este é o verdadeiro ensino segundo o Espírito Santo.

Vejo Deus falar pela minha vida, assim como  vejo ele falar muitas vezes pela vida dos profetas que existiram no passado.
Como Deus é sábio, como ele reduz a sabedoria deste mundo a nada. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
Sei que Deus age assim para que a nossa fé não venha se apoiar em sabedoria humana e sim no ensino de Deus.

As coisas e os lugares humildes escolhidos por Deus na minha vida não configuram motivo de tristeza mas sim de alegria, alegria em saber que a palavra dele se cumpriu na minha vida. A certeza da minha vocação, a certeza da escolha de Deus. A alegria de me encaixar perfeitamente na descrição dos escolhidos, não há alegria maior que esta. Não há alegria maior do que ver o cuidado, a  escolha, o preparo e a condução que Deus deu para minha vida.









sábado, 17 de outubro de 2015

Diário de uma Pedra Lapidada: Uma mãe para cada um

Como Deus é fiel , não poderia nos deixar eternamente órfãos, se  Jesus, mesmo para aqueles que possuem pai e mãe deixou o Espírito Santo a fim de que não ficássemos  órfãos o que  faria na vida de alguém que teve uma perda importante  de uma forma repentina ? Não digo perda no sentido de morte mas  no sentido do exercício da função de uma mãe em nossas vidas.
Como Deus é fiel ele providenciou e preparou uma mãe para cada um.  Meus irmãos  e eu tivemos cada um uma mãe diferente.
A minha só chegou após um incidente que me traumatizou profundamente. Quando ainda morava na minha “casa de chocolate” aconteceu uma tragédia em plena semana natalina.
Todos os anos era costume o meu pai comprar presentes, roupas e calçados antes do natal. Neste ano ele também tinha acabado de comprar  uma TV colorida pois a nossa TV antiga ainda era  preto e branco. As roupas eram compradas na quantidade adequada para o ano todo, eram as roupas das festas de fim de ano e também as que usaríamos para ir a escola e para sair e os presentes eram geralmente aquilo que pedíamos o ano inteiro, o que seria uma gratificação pelo bom comportamento e pelas boas notas na escola.
Minha mãe decidiu passar o natal na casa de um de seus irmãos, Tio Dedé (meu único tio que é evangélico, da Igreja Adventista do 7º Dia) e decidiu não somente passar o natal  mas as férias, sendo assim arrumou todas as nossas roupas novas, roupas velhas, presentes e calçados e colocou em bolsas a fim de que pudéssemos  ficar o tempo que fosse preciso na casa do nosso tio, detalhe : ela não deixou nenhuma roupinha nas nossas gavetas. Na noite que antecedia a nossa partida minha mãe teve uma crise e por causa disso  saiu de casa na madrugada, acendeu todas as luzes e deixou todas as portas abertas , o meu pai  estava a dormir  na casa da minha avó, que ficava no mesmo bairro, pois minha mãe o havia expulsado de casa devido uma crise. Você já deve imaginar o resultado, nesta mesma noite ladrões invadiram a minha casa e levaram tudo que tínhamos. A TV nova, recém-comprada, as bolsas com roupas e presentes, e alguns eletrônicos pequenos, levaram tudo, ficamos sem nada. Eu e meus irmãos estávamos dormindo, não vimos nada.
Na manhã seguinte (ainda madrugada) ao roubo fomos acordados pelo dono do comércio da esquina que passou na rua para comprar pão e achou estranho  as portas e janelas abertas e todas as luzes acesas naquele horário. Acordamos e percebemos que havíamos sido furtados. Fomos chamar nosso pai que ficou desesperado, o passeio claro foi cancelado e eu fiquei com trauma de dormir na minha casa pois comecei  achar  que a minha casa era insegura.
A partir deste dia eu passei a dormir escondido na casa das minhas melhores amigas vizinhas pois aos meus olhos eram casas mais seguras visto que construída de tijolos.
Demorou  poucos dias para meu tio que morava em frente descobrir e preocupado comigo  pois tinha receio de alguém me molestar me convidou para dormir na casa dele.
 Como a casa dele era pequena e só possuía um quarto eu dormia na sala e tinha que acordar bem cedo. Meu tio então resolveu falar com a minha avó para que eu fosse dormir na casa dela. Foi aí que eu ganhei uma nova  mãe, a minha avó.
 De início a ideia era a de que eu apenas dormisse e pela manhã fosse para minha casa para observar e ajudar minha mãe e meus irmãos  porém depois de uns dias eu passei a morar de vez com a minha avó.
Passei a ter novamente a proteção e o cuidado materno  pois como todos sabem avó é melhor que mãe, e a minha mãezinha sempre foi muito boazinha para mim.

Com os meus irmãos não foi diferente, o Lucas foi praticamente adotado pela sua madrinha Rosário( que faleceu recentemente) porém continuou morando com a minha mãe, ela ajudava o Lucas em tudo, no que ele precisava, qualquer coisa, ajuda financeira, qualquer tipo de ajuda, lá estava a Dona Rosário pronta para ajudar o Lucas, ela foi bem melhor que os meus familiares para ele. Tudo que o Lucas precisava ele falava:- Vou pedir pra minha madrinha. A minha tia Zélia também é considerada por ele como mãe pois  ele morou com ela um período e ela sempre o ajudou.

O Leonardo  também foi adotado pela mulher do meu tio, Ceiçinha Medeiros, que também é sua madrinha, a Ceiçinha era uma das melhores amigas da minha mãe antes dela adoecer e após a doença continuou a ser pois assumiu o cuidado pelo Leonardo , viajamos para o Rio de janeiro e o deixamos  com ela, ele morou um tempo com a Ceiçinha e depois também morou com a minha avó. O Leonardo teve que receber um acompanhamento maior e  teve inclusive  que  ser levado para morar com meu pai até ir para a Universidade , esse acompanhamento  aliado as minhas orações foi necessário para que ele se tornasse um homem de bem...





sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Diário de uma Pedra Lapidada: Como Deus mudou o meu nome

Deus começou a cumprir as suas promessas em minha vida ainda no ventre materno, ainda bebê.Eu pude vivenciar na minha vida a mesma experiência que os homens e mulheres de Deus tiveram ao receber de Deus um novo nome :'As nações verão a tua justiça, e todos os reis, a tua glória; e serás chamada por um nome novo, que a boca do Senhor designará' Isaías62.2
Então eu tive 02 nomes um no ventre materno e um fora do ventre materno. 
Quando o meu pai soube da gravidez da minha mãe se prontificou na escolha de um nome, ele escolheu "Luciara" que significa iluminada ou cheia de luz, ele escolheu este nome  primeiramente porque queria um nome com a letra "L" para combinar com Lucas, meu irmão mais velho, depois porque esse era o nome de uma de suas alunas preferidas e também a mais inteligente, várias vezes  ele me falou, insatisfeito com o meu nome atual ,que Luciara era o nome de uma de suas alunas, uma que só tirava nota 10, e  que por isso ele havia escolhido este nome para mim. A minha mãe concordou com o nome e na gravidez esse era o meu nome. Após a viagem da minha mãe e ao chegar ao Rio de Janeiro ela permaneceu com a idéia de que o meu nome seria Luciara para agradar ao meu pai porém  Deus permitiu que uma estéril ( uma mulher que já tinha tentado ter um filho por diversas vezes e não conseguia) viesse  escolher o meu nome. Então  posso afirmar que "Eu sou a primeira filha de uma estéril". E você deve se perguntar ; Como você pode ser a primeira filha de uma estéril se a sua mãe já tinha filho(s)? Então eu  explico. 
Na época da gravidez da minha mãe a minha tia Rose não conseguia ter filhos, era estéril, e ter um casal de filhos era o seu grande sonho, ela falou para minha mãe que se pudesse ter um casal de filhos eles se chamariam Débora e Diego( que  veio a ser o nome do meu primo que nasceu depois, pois Deus abençoou a minha tia e fez da estéril mãe de filhos), após o nascimento do Diego a minha tia Rose não pode mais ter filhos pois retirou um orgão do aparelho reprodutor e já não podia mais menstruar. 
Então eu sou a primeira filha de uma estéril pois foi a minha tia que escolheu para mim o nome que daria a sua filha, eu sou a primeira porque nasci antes do Diego. Minha mãe comovida com a minha tia e grata pela ajuda resolveu desobedecer o meu pai e colocar-me o nome que a minha tia escolheu, "Débora", hebraico( abelha), bíblico(juíza e profetisa de Israel). O meu pai não gostou nem um pouco dessa mudança de nome pois nem imaginava os planos que Deus tinha para minha vida e também não imaginava que eu havia sido escolhida por Deus no ventre materno. A minha tia Rose por diversas vezes na minha infância pediu-me para minha mãe, ela me queria como filha porém minha mãe resolveu não me entregar  para ela pois Deus precisava que eu passasse exatamente o que passei para que pudesse ser útil no futuro a sua causa. Na infância cheguei a morar com a minha tia por um pequeno período de tempo e pude ver o quanto ela teria sido uma boa mãe para mim, ela realmente teria sido uma excelente mãe ...
Hoje quando olho para o meu nome completo posso entender o seu significado espiritual e também entendo que foi escolhido por Deus: Débora Batista Assunção( juíza e profetisa de Israel que anuncia e prepara os caminhos do Senhor e a subida aos céus ou juiza e profetisa de Israel do batismo e da subida aos céus),  por subida aos céus eu entendo arrebatamento da igreja de Cristo, é isso que significa o meu nome completo, representa extamente o propósito divino que Deus tinha e tem para minha vida...

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Diário de uma Pedra Lapidada: Como me tornei mãe da minha mãe III

Enquanto eu ficava orfã de mãe viva o meu pai se encarregava de tomar as providências devidas para que pudessemos ficar um pouco mais estruturados. Nesta época apesar de trabalhar muito ,pelo menos os três turnos dando aulas, ainda morávamos em uma casinha de pau-a-pique, com 02 quartos,02 salas, cozinha e banheiro, uma das últimas que existiam na cidade pois esse tipo de casa foi sendo aos poucos abolida da capital. A nossa casa era uma raridade e morar numa "casinha de chocolate" como costumava falar não era nada legal. Não éramos miseráveis mas essa era a imagem que a nossa casa passava para quem a olhasse. Por muitas vezes éramos dignos de dó pois quando chovia forte, o que não é comum no nordeste, sempre caia alguma das paredes e o meu pai se prontificava em colocá-la de pé novamente . Eu e meus irmãos estudávamos em escola particular mas viviamos em uma casinha de barro, comiamos bem, tinhamos brinquedos porém...
Era  engraçado ver uma secretaria do lar, doméstica, trabalhar em uma casinha de barro, e nós tivemos pelo menos 03 antes que a minha casa fosse construída, meu pai não podia nos deixar sozinhos e  minha mãe após adoecer continuou morando conosco embora ficasse períodos internada ou em viagens para casa de familiares, as suas maiores crises foram com sintomas de viagens repentinas,  o meu pai tinha que arcar com as despesas das várias viagens que a minha mãe inventava. Passamos um período assim porém devido a doença que só piorava a minha mãe já não aceitava mais o convívio de pessoas estranhas a família e tivemos que despedir a empregada, foi exatamente este o momento que passei a ser mãe da minha mãe. Como não tinha mais ninguém em casa para nos ajudar o meu pai me deu tarefas diárias de vigilância e também de muita responsabilidade. Eu tinha que olhar torneiras para que não ficassem abertas, tinha que olhar o gás para que não houvesse explosão na casa, tinha que desligar as luzes, tinha que fechar as portas pois a minha  mãe deixava tudo aberto, tinha que obedecer a minha mãe mesmo doente e tinha que me sacrificar para ser uma boa filha. Nesta época já estava com  08 anos e passei a deixar de fazer as refeições principais de uma forma correta, tomava café da manhã no café ,café da manhã no almoço e café da manhã no jantar pois a minha mãe só fazia isso para comermos. Nos obrigava a tomar café com leite com bolo, nescau com biscoito, nescau com cuzcuz, café com leite com tapioca etc...  Eu tomei tanto café com leite que não aguentava mais, até  abusei...
Como ainda não sabia cozinhar fiquei adepta do miojo com calabreza, o meu pai trazia várias unidades deste alimento não tão saudável e eu fazia isso para comer antes de ir para a escola, para mim estava ótimo, até aprender cozinhar foi isso que eu comi.Quando estávamos com muita fome passávamos na casa da minha avó ( a mãezinha, chamada assim carinhosamente por todos os netos e depois também pelas minhas amigas) para almoçarmos.
Minha mãe só piorava, passou a andar com panela na cabeça e ia nos buscar na escolinha com essa panela na cabeça, as outras crianças me apelidaram de menino-maluquinho e quase todos os dias minha mãe enviava bolo queimado na lancheira e suco arripunando( muito doce, com muito açuçar). Eu abria a lancheira e jogava o lanchinho no lixo, abri uma continha na cantina da escola.Colégio Cecília Meireles, lembro até hoje da minha escolinha, como os diretores e os professores nos ajudavam... Quantas vezes a diretora(o) desta escola levou o meu irmão Leonardo em casa pois esquecíamos de buscá-lo, eu ás vezes esquecia de buscar o meu irmão, o coitadinho ficava pelo menos umas 02 horas após o término da aula esperando ou esperava  até fechar a escola, quando os diretores o levavam para casa. Criança cuidando de criança já viu né ? Até eu assimilar as atividades que estavam sob minha responsabilidade demorou um tempinho...



quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Diário de uma Pedra Lapidada: Como me tornei mãe da minha mãe II

O médico havia me desenganado e isso teve um motivo específico, o mesmo motivo que Deus permite que as pessoas cheguem ao fundo do poço ou ao limite de suas forças, Deus permite o desengano para que o homem quando Deus se manifestar dê a  glória devida  a ele, pois caso contrário os homens confessariam que suas vitórias resultam  de seus méritos ou do trabalho e da força do seu braço, eu fui desenganada duas vezes uma quando bebê por um médico profissional e outra já adulta por médicos espirituais, fui desenganada por pastores quando fiquei sem vontade de ir a igreja e em ambas as vezes Deus se manifestou e me deu vida quando fui desenganada de morte.  Assim é Deus ele se manifesta quando o homem dá o parecer e o laudo contrário. Deus escolhe-nos primeiro, não somos nós que o escolhemos. Ele já havia me escolhido no ventre materno como um instrumento da manifestação da sua glória e por isso eu vivi, como minha mãe fala eu peguei no peito e vivi. Não sabia  o que me aguardava no futuro e  de como eu teria que ser mais forte na minha vida do que tive que ser no meu nascimento. Essa e algumas atitudes da minha mãe para comigo ficaram marcadas na minha memória e sempre quando em momentos difíceis eu tinha que lutar por ela me lembrava que ela fez um sacrifício para que eu nacesse bem e que se não fosse por ela não estaria viva. A minha vida de filha durou 07 anos depois disso passei a ter que ser mãe da minha mãe e a amadurecer precocemente. Quando olho para mim vejo que sempre fui precoce, fui obrigada a ter atitudes de adulto antes do tempo, até falo que a minha infância durou apenas 07 anos e que por isso hoje ,depois de adulta, me vejo tendo atitudes de criança, me tornei mais criança depois de adulta...
Nesta época aos 07 anos minha mãe já com 03 filhos adoeceu, teve primeiramente graves problemas espirituais o que depois desencadeou em uma esquizofrenia que parecia incurável e sem retorno.
Eu tive que me conformar com a situação pois fui induzida a isso pelo meu pai que nas muitas vezes que falava comigo me lembrava: -A sua mãe é louca. A repetição prolongada desta frase soa como alienação parental e eu tive que manter o meu amor por ela independente do que eu ouvia e independente da discriminação sofrida. O laudo da minha mãe também não foi aceito facilmente pela família dela, a primeira vez que ela foi internada em um hospital psiquiátrico ocasionou um choque imenso na minha tia Rose que viajou de avião imediatamente até onde ela estava pois não acreditava que a irmã estivesse nesta situação, chegou na minha casa chorando e repetindo várias vezes -a minha irmã não é louca, isso é inaceitável, ele sempre foi normal. Eu me recordo da minha mãe antes desta doença, ela era perfeita mãe, cuidadosa, boa dona de casa, uma mulher que enxugava os pés do meu pai com a toalha e levava comida no prato nas mãos dele sem que ele precisasse fazer nenhum esforço e era também muito boa e caridosa, gostava de ajudar os necessitados e dar esmolas. Ela também tinha alguns principios morais fortes pois me lembro que ela pedia quase todos os dias para casar com meu pai no cível e na igreja católica pois havia casado na igreja católica ortodoxa( pois o divórcio do meu pai ainda estava em andamento). Lembro-me dela falando várias vezes- Esse casamento não valeu nada. E esse era o único motivo das brigas entre ela e o meu pai, o meu pai por sua vez afirmava não ser possível casar com ela na Igreja Católica pois nesta instituição religiosa só se casa uma vez e isso causava grande amargura nela que acreditava que o único casamento válido seria o feito nesta instituição romana...

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Diário de uma pedra lapidada: Como me tornei mãe da minha mãe I

Vou começar o meu diário contando como Deus inverteu um papel importante na minha vida, a história de como me tornei mãe da minha mãe ainda sendo criança e de como as poucas recordações do que ela me contava  na infância fez-me ter amor por ela e me incentivou a prosseguir e permanecer com este amor mesmo quando ela tinha para comigo atitudes de ódio e desprezo. Para que todos entendam melhor como pequenos gestos do que ela realmente é permaneceram marcados na minha memória vou contar a história do meu nascimento e de como ela teve fé mesmo sem conhecer a Deus para lutar por mim. Eu nasci bem doente, embora não fosse prematura, nasci na época certa, no lugar certo, isto é na maternidade, mas com o peso errado e também com má formação nos ossos. Isso não teve relação com falta de cuidados pois a minha mãe até viajou da sua cidade natal para o Rio de Janeiro para descansar na gravidez, fazer um bom pré-natal e obter ajuda da minha avó e da minha tia.  A minha mãe devia ser alguém bem comunicativa e também alguém que de certa forma atraia para si atenção e ajuda de todos ao redor, digo isto porque ela ganhou do médico que fez o meu pré-natal quase todo o meu enxoval, isto mesmo, quem me deu o meu enxoval de bebê foi o meu médico pediatra, a outra pequena parte  a minha tia e o meu pai, a boa mão de Deus já estava presente comigo desde o  meu nascimento então ganhei presentes ao nascer.
Como  passei do tempo na encubadora e não peguei peso o meu médico me deu para minha mãe com a seguinte frase: -Olha ela não vai viver pois não pegou peso e não se recuperou, para evitarmos o prolongamento de uma manutenção inútil no hospital  a senhora pode levar a menininha para morrer em casa. 
 A minha mãe entrou em choque e me levou nos braços chorando para casa,  disse pra mim quando criança que chorou muito e pediu ajuda de Deus pra que eu pegasse no peito, segundo minha mãe a minha avó materna já havia desistido de mim e já estava feliz com a notícia pois  odiava o meu pai e não queria que a minha mãe permanecesse neste casamento, mais um filho(a) seria um motivo que a obrigaria a permanecer casada. Alguém pode pensar mas ela fez apenas o necessário por vc, fez o que todas as mães fariam porém eu não vejo assim , ela fez mais que o necessário pois saiu de um estado para o outro com o meu irmão , na época com 01 aninho e ficou longe do seu marido por quase 01 ano só para que eu pudesse nascer bem, ela fez um sacrifício para que eu pudesse viver, e mesmo assim eu quase morri. Isso mesmo ela sacrificou para que eu pudesse nascer. Talvez se ela tivesse ficado no seu estado não receberia a ajuda e os cuidados devidos e talvez  não conseguiria manter esta gravidez ... A minha mãe fez o que Maria fez para Jesus nascer, saiu de um estado para o outro, só que ela não tinha José, ou seja o meu pai do seu lado na gravidez, ela foi como se fosse mãe solteira mesmo sendo casada e recebeu ajuda  como se fosse uma mulher desamparada, então eu posso afirmar que eu nasci de um sacrifìcio que a minha fez...

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Diário de uma Pedra lapidada

Após um longo período de pausa nas postagens do meu blog retornarei com o meu diário pessoal onde compartilharei inúmeras experiências vividas no decorrer da minha vida, experiências que vão desde o meu nascimento até os dias atuais, as histórias de como Deus me preparou ao longo do caminho para ser útil a sua causa, as histórias de como Deus me transformou em cada época em uma dessas mulheres da bíblia, de como no decorrer do caminho ele me tratou exatamente da mesma maneira  que tratou a cada uma delas e me deu as mesmas respostas. A experiência de que uma mulher de Deus é feita no deserto e a confirmação de que as pedras de Deus, exatamente assim no plural porque são várias, são preparadas por Deus e não forjadas por homens, as pedras de Deus são por ele lapidadas pois pedras trabalhadas por mãos humanas não servem para causa de Cristo.É exatamente isso que compartilharei nos próximos blogs, conflitos vividos, os momentos em que a minha fé foi a minha salvação, os momentos em que eu quase desisti, quase me entreguei, os momentos em que a palavra de Deus foi a minha única força, as vitórias e também as coisas que ninguém sabe...
Bom o que eu espero é que com essa imensa experiência  que Deus me deu, sim experiência porque bagagem não é um termo adequado, bagagem eu tive que abandonar para que o meu fardo se tornasse leve e levei comigo apenas as experiências que Deus me proporcionou ao longo desses anos em que ele cuidou de mim. Percebi que por mais que não se possa fazer muita coisa existe algo que eu sempre poderei  fazer: compartilhar. Compartilhar pode tornar a vida de outras pessoas mais fácil, pode ajudar o ser humano de uma forma surpreendente pois compartilhar é ajudar a Deus  a ajudar outras pessoas. Quando falo que fui por Deus lapidada não significa que esse processo acabou pois continuarei sendo por Deus cuidada até o último dia da minha vida, também não significa que cheguei ao estado de perfeição mas significa simplesmente que eu atingi a forma adequada para ser útil ao que Deus quer e espera de mim. Sei que esse diário vai ajudar muitas pessoas ao mostrar como a boa mão de Deus sempre esteve presente na minha vida, espero que principalmente mulheres sejam tocadas com as minhas experiências com Deus e que elas saibam como pode ser possível ser uma mulher que faz a diferença na vida de outra...
                                            Que Deus inspire cada palavrinha desta nova fase  e que a presença de Deus na minha vida seja notada nos mínimos detalhes !!!