Vou começar o meu diário contando como Deus inverteu um papel importante na minha vida, a história de como me tornei mãe da minha mãe ainda sendo criança e de como as poucas recordações do que ela me contava na infância fez-me ter amor por ela e me incentivou a prosseguir e permanecer com este amor mesmo quando ela tinha para comigo atitudes de ódio e desprezo. Para que todos entendam melhor como pequenos gestos do que ela realmente é permaneceram marcados na minha memória vou contar a história do meu nascimento e de como ela teve fé mesmo sem conhecer a Deus para lutar por mim. Eu nasci bem doente, embora não fosse prematura, nasci na época certa, no lugar certo, isto é na maternidade, mas com o peso errado e também com má formação nos ossos. Isso não teve relação com falta de cuidados pois a minha mãe até viajou da sua cidade natal para o Rio de Janeiro para descansar na gravidez, fazer um bom pré-natal e obter ajuda da minha avó e da minha tia. A minha mãe devia ser alguém bem comunicativa e também alguém que de certa forma atraia para si atenção e ajuda de todos ao redor, digo isto porque ela ganhou do médico que fez o meu pré-natal quase todo o meu enxoval, isto mesmo, quem me deu o meu enxoval de bebê foi o meu médico pediatra, a outra pequena parte a minha tia e o meu pai, a boa mão de Deus já estava presente comigo desde o meu nascimento então ganhei presentes ao nascer.
Como passei do tempo na encubadora e não peguei peso o meu médico me deu para minha mãe com a seguinte frase: -Olha ela não vai viver pois não pegou peso e não se recuperou, para evitarmos o prolongamento de uma manutenção inútil no hospital a senhora pode levar a menininha para morrer em casa.
A minha mãe entrou em choque e me levou nos braços chorando para casa, disse pra mim quando criança que chorou muito e pediu ajuda de Deus pra que eu pegasse no peito, segundo minha mãe a minha avó materna já havia desistido de mim e já estava feliz com a notícia pois odiava o meu pai e não queria que a minha mãe permanecesse neste casamento, mais um filho(a) seria um motivo que a obrigaria a permanecer casada. Alguém pode pensar mas ela fez apenas o necessário por vc, fez o que todas as mães fariam porém eu não vejo assim , ela fez mais que o necessário pois saiu de um estado para o outro com o meu irmão , na época com 01 aninho e ficou longe do seu marido por quase 01 ano só para que eu pudesse nascer bem, ela fez um sacrifício para que eu pudesse viver, e mesmo assim eu quase morri. Isso mesmo ela sacrificou para que eu pudesse nascer. Talvez se ela tivesse ficado no seu estado não receberia a ajuda e os cuidados devidos e talvez não conseguiria manter esta gravidez ... A minha mãe fez o que Maria fez para Jesus nascer, saiu de um estado para o outro, só que ela não tinha José, ou seja o meu pai do seu lado na gravidez, ela foi como se fosse mãe solteira mesmo sendo casada e recebeu ajuda como se fosse uma mulher desamparada, então eu posso afirmar que eu nasci de um sacrifìcio que a minha fez...
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