sábado, 17 de outubro de 2015

Diário de uma Pedra Lapidada: Uma mãe para cada um

Como Deus é fiel , não poderia nos deixar eternamente órfãos, se  Jesus, mesmo para aqueles que possuem pai e mãe deixou o Espírito Santo a fim de que não ficássemos  órfãos o que  faria na vida de alguém que teve uma perda importante  de uma forma repentina ? Não digo perda no sentido de morte mas  no sentido do exercício da função de uma mãe em nossas vidas.
Como Deus é fiel ele providenciou e preparou uma mãe para cada um.  Meus irmãos  e eu tivemos cada um uma mãe diferente.
A minha só chegou após um incidente que me traumatizou profundamente. Quando ainda morava na minha “casa de chocolate” aconteceu uma tragédia em plena semana natalina.
Todos os anos era costume o meu pai comprar presentes, roupas e calçados antes do natal. Neste ano ele também tinha acabado de comprar  uma TV colorida pois a nossa TV antiga ainda era  preto e branco. As roupas eram compradas na quantidade adequada para o ano todo, eram as roupas das festas de fim de ano e também as que usaríamos para ir a escola e para sair e os presentes eram geralmente aquilo que pedíamos o ano inteiro, o que seria uma gratificação pelo bom comportamento e pelas boas notas na escola.
Minha mãe decidiu passar o natal na casa de um de seus irmãos, Tio Dedé (meu único tio que é evangélico, da Igreja Adventista do 7º Dia) e decidiu não somente passar o natal  mas as férias, sendo assim arrumou todas as nossas roupas novas, roupas velhas, presentes e calçados e colocou em bolsas a fim de que pudéssemos  ficar o tempo que fosse preciso na casa do nosso tio, detalhe : ela não deixou nenhuma roupinha nas nossas gavetas. Na noite que antecedia a nossa partida minha mãe teve uma crise e por causa disso  saiu de casa na madrugada, acendeu todas as luzes e deixou todas as portas abertas , o meu pai  estava a dormir  na casa da minha avó, que ficava no mesmo bairro, pois minha mãe o havia expulsado de casa devido uma crise. Você já deve imaginar o resultado, nesta mesma noite ladrões invadiram a minha casa e levaram tudo que tínhamos. A TV nova, recém-comprada, as bolsas com roupas e presentes, e alguns eletrônicos pequenos, levaram tudo, ficamos sem nada. Eu e meus irmãos estávamos dormindo, não vimos nada.
Na manhã seguinte (ainda madrugada) ao roubo fomos acordados pelo dono do comércio da esquina que passou na rua para comprar pão e achou estranho  as portas e janelas abertas e todas as luzes acesas naquele horário. Acordamos e percebemos que havíamos sido furtados. Fomos chamar nosso pai que ficou desesperado, o passeio claro foi cancelado e eu fiquei com trauma de dormir na minha casa pois comecei  achar  que a minha casa era insegura.
A partir deste dia eu passei a dormir escondido na casa das minhas melhores amigas vizinhas pois aos meus olhos eram casas mais seguras visto que construída de tijolos.
Demorou  poucos dias para meu tio que morava em frente descobrir e preocupado comigo  pois tinha receio de alguém me molestar me convidou para dormir na casa dele.
 Como a casa dele era pequena e só possuía um quarto eu dormia na sala e tinha que acordar bem cedo. Meu tio então resolveu falar com a minha avó para que eu fosse dormir na casa dela. Foi aí que eu ganhei uma nova  mãe, a minha avó.
 De início a ideia era a de que eu apenas dormisse e pela manhã fosse para minha casa para observar e ajudar minha mãe e meus irmãos  porém depois de uns dias eu passei a morar de vez com a minha avó.
Passei a ter novamente a proteção e o cuidado materno  pois como todos sabem avó é melhor que mãe, e a minha mãezinha sempre foi muito boazinha para mim.

Com os meus irmãos não foi diferente, o Lucas foi praticamente adotado pela sua madrinha Rosário( que faleceu recentemente) porém continuou morando com a minha mãe, ela ajudava o Lucas em tudo, no que ele precisava, qualquer coisa, ajuda financeira, qualquer tipo de ajuda, lá estava a Dona Rosário pronta para ajudar o Lucas, ela foi bem melhor que os meus familiares para ele. Tudo que o Lucas precisava ele falava:- Vou pedir pra minha madrinha. A minha tia Zélia também é considerada por ele como mãe pois  ele morou com ela um período e ela sempre o ajudou.

O Leonardo  também foi adotado pela mulher do meu tio, Ceiçinha Medeiros, que também é sua madrinha, a Ceiçinha era uma das melhores amigas da minha mãe antes dela adoecer e após a doença continuou a ser pois assumiu o cuidado pelo Leonardo , viajamos para o Rio de janeiro e o deixamos  com ela, ele morou um tempo com a Ceiçinha e depois também morou com a minha avó. O Leonardo teve que receber um acompanhamento maior e  teve inclusive  que  ser levado para morar com meu pai até ir para a Universidade , esse acompanhamento  aliado as minhas orações foi necessário para que ele se tornasse um homem de bem...





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